Para cumprir a cota de 30% exigida pela lei, partidos inscrevem nas eleições mulheres que sequer participam da campanha. Para outras, não destinam um centavo sequer. É o velho jeitinho para driblar o TSE
Aurestina Assis de Matos Lopes é dona de casa, dedicada à família e à religião. A discussão política está bem longe da sua rotina. No entanto, na lista de candidatos a deputado distrital do Distrito Federal, Aurestina transmuta-se para Tina Lopes, que disputará as eleições pelo PRP com o número 44180. “Disputará” é força de expressão. Tina Lopes não fez nem fará campanha. Não pede um voto. Nem a seus familiares. Ela entrou na chapa somente porque o PRP precisava de mulheres para preencher a cota exigida pela legislação de 30% de candidaturas femininas. Aurestina é uma laranja clássica, mas não constitui um caso isolado. ISTOÉ verificou que há uma grande quantidade de “Tinas” espalhadas pelo país. Algumas, laranjas declaradas. Em boa parte dos casos, mulheres que não receberam um tostão sequer dos seus partidos para as suas campanhas.
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